quarta-feira, 11 de junho de 2008

Relatório sobre a série "Os Homens do Presidente"

Sumário

O relatório que apresento destina-se à cadeira de Estratégias da Comunicação leccionada pelo professor João Paulo Meneses. O objectivo deste trabalho é desenvolver e comentar o tema “A comunicação de crise é inconveniente para os políticos” e usar a série “Os Homens do Presidente” (The West Wing – o nome original), como suporte e base de sustentação de todo o trabalho apresentado pelos alunos. No relatório é também inserido a matéria dada nas aulas e hiperligações a outros sites para uma melhor compreensão e complementação.

Os episódios, da série “Os Homens do Presidente”, visionados na aula foram:
- Episódio nº12 – “Navegação celestial”
- Episódio nº13 – “Ele fará de vez em quando”
- Episódio nº14 – “Um dia pouco movimentado”
- Episódio nº15 – “Vida em Marte”
- Episódio nº16 – “18 th and poto Mac”
- Episódio nº17 – “Lies, damn lies and statistics”
- Episódio nº18 – “We killed yamamoto”
- Episódio nº19 – “The al smith dinner”
- Episódio nº20 – “Stirred”
- Episódio nº21 – “Things fall apart”
- Episódio nº22 – “Universitários”
(o visionamento dos episódios começa no número 12, devido no primeiro semestre terem sido vistos os 11 primeiros episódios.)


“A comunicação de crise é inconveniente para os Políticos”

Na política a comunicação é um ponto extremamente essencial, pois é através dela que um político cativa ou desilude uma população, ou seja, é através da comunicação que um presidente é eleito ou é derrotado.
No dia a dia de um político, todo o trabalho que se desenvolve à volta do mesmo é muito importante, principalmente o papel do grupo de comunicação, que está por trás de todos os discursos e acções que o político desempenha. Na série “Os Homens do Presidente”, é mostrado, de uma forma bastante clara, a importância do grupo de comunicação, que é ocupado pelas personagens: C.J. Cregg – a porta-voz da Casa Branca, que está mais perto da imprensa; Leo McGarry – o número dois do governo federal, está mais perto do presidente; Tobias Ziegler – o director de comunicação; Joshua Lyman – é o número dois de Leo; Will Bailey – o número dois do Tobias Ziegler; e verifica-se também que o presidente não dá nenhum passo sem falar com o grupo primeiro.
Mas nem tudo na política é “uma vida maravilhosa”, ou seja, há sempre contratempos que aparecem, as chamadas crises de comunicação.
Uma possível definição de crise:
Um produto estragado que mata uma série de consumidores, descobertas de fraudes envolvendo funcionários do alto escalão, greves sindicais, um vazamento de óleo contaminando uma vasta população marinha, desastres de avião, recessões na economia, defeitos de fabricação que acarretam acidentes, incompetências administrativas. (página 15)
O que importa aqui salientar é que um problema pode sempre acontecer em qualquer âmbito, neste caso da política e à que reagir a esse problema. É óbvio que quando há uma crise, nenhum político gosta, porque a comunicação social vai querer investigar e querer saber mais e mais, vai onde for preciso para saber toda verdade e quando isso acontece os políticos e o seu grupo de comunicação reagem das seguintes maneiras: 1º ou mentem sobre o sucedido – para tentar arranjar algum tempo extra para resolver a situação; 2º ou dizem a verdade – e assim falam sobre o que aconteceu assumindo todas as responsabilidades; 3º ou simplesmente arranjam uma outra notícia, desviando assim, o olhar da comunicação social, da verdadeira crise;
1º– com esta opção é negado pelo grupo de comunicação, que aconteceu alguma coisa. No episódio “um dia pouco movimentado” este ponto de vista é bem retratado, quando C.J. omite à comunicação social que a Casa Branca está envolvida na solução do problema da Segurança Social.
2º – optando por este caminho, compete ao político e ao grupo de comunicação assumir todas as responsabilidades e pedir desculpa. No episódio “ele fará de vez em quando”, vê-se perfeitamente este ponto, quando Leo dá uma conferência para falar do seu problema com o álcool. Na revista Meios & Publicidade de Março de 2008, pode ler-se também um caso da empresa Mattel, uma empresa de brinquedos, “em que foram encontrados resíduos de chumbo em milhões de brinquedos da empresa” e perante esta crise um representante da empresa - Robert Eckert - “teve de desculpar-se perante uma subcomissão do Senado norte-americano (…), além de ter mandado retirar de circulação mais de um milhão de brinquedos do mercado e foi ainda à televisão apresentar um pedido de desculpas aos pais das crianças pelo sucedido.”
3º – no filme “Manobras na Casa Branca” há uma corrida às presidências e o presidente que está na Casa Branca está também na corrida, só que comete um erro – envolve-se com uma jovem que depois o acusa de assédio sexual. O grupo de comunicação é informado que sairá no jornal do próximo dia uma notícia sobre o sucedido, e então têm que arranjar um assunto para que a comunicação social não se foque no problema do assédio. Portanto contratam um spin doctor [
assessor de media ou consultor político contratado para uma campanha para garantir que o candidato receba a melhor publicidade possível numa dada situação. Quando esses assessores de media estão trabalhando, diz-se que estão fazendo spinning ou pondo spin (colocando efeito) em uma situação ou um evento – está é uma definição um pouco positivista da função do spin doctor, pois na realidade o spin doctor é contratado para influenciar e manipular a informação, para que algum aspecto negativo do protagonista, para quem trabalha, não seja descoberto pela comunicação social, mesmo que isso implique inventar mentiras sobre o adversário – pratica a campanha negativa. O spinnig é complexo e de difícil caracterização, pois não é uma função exacta] que junto com um produtor de Hollywood manipulam a comunicação social e lançam, no espaço mediático, uma notícia (inventam uma crise) sobre que o país vai entrar em guerra com a Albânia e assim em 10 dias o escândalo com a jovem desaparece. Os episódios 18 e 19, da série “Os Homens do Presidente”, mostram como é praticada a campanha negativa e o episódio número 22 apresenta como ocultar e manipular a informação.
Quanto mais sofisticada for a informação manipulada, mais subtil se torna e assim há mais possibilidades de entrar no espaço mediático. A manipulação pode ser classificada como boa e má: boa – aquela que é feita a partir de um facto, valorizando mais, uma parte do acontecimento; má – quando a manipulação é baseada na mentira e nada do que é contado existe.
Um exemplo de um spin doctor foi o caso de
Karl Rove, que ajudou o actual presidente dos Estados Unidos da América – Bush – a vencer as presidenciais. Karl Rove é um bom exemplo de spin doctor já que existem várias informações sobre o seu trabalho, como foi o caso apresentado na aula de estratégias, que está na aula nº11, que em 1970 Karl Rove roubou um papel de um gabinete de um candidato adversário e em nome deste enviou mais de 1000 cartas falsas.
Há ainda várias empresas de comunicação que oferecem vários serviços e um deles é a comunicação de crise, como se pode verificar com a empresa
Central de Informação.

Concluo assim que o melhor a fazer é evitar a crise, sempre que possível, pois só traz problemas e por vezes, através de um pequeno assunto (pequena crise), descobre-se muito mais e a credibilidade do protagonista é colocada em causa (grande crise). Ou ainda, também importante, é ter um plano já definido, para quando exista uma crise saber como actuar, minimizando assim os impactos negativos da crise.
Assim, a comunicação de crise é inconveniente para o grupo de comunicação e o protagonista, pois é indício que problemas vêm a caminho e a credibilidade do protagonista e a vitória nas eleições (se for o caso) podem estar em risco.


Juliana Ferreira

1 comentário:

João Paulo Meneses disse...

Juliana,
1) O seu trabalho tem uma má organização interna (visualização), porque se limita a um texto apenas, sem dividir as ideias;
2) explora pouco os episodios que viu, uma vez que devia relacioná-los mais (e melhor) com a matéria;
3) O seu texto não responde directamente ao tópico essencial; na conclusão afirma que «o melhor a fazer é evitar a crise, sempre que possível, pois só traz problemas e por vezes, através de um pequeno assunto (pequena crise), descobre-se muito mais e a credibilidade do protagonista é colocada em causa (grande crise). Ou ainda, também importante, é ter um plano já definido, para quando exista uma crise saber como actuar, minimizando assim os impactos negativos da crise.
Assim, a comunicação de crise é inconveniente para o grupo de comunicação e o protagonista, pois é indício que problemas vêm a caminho e a credibilidade do protagonista e a vitória nas eleições (se for o caso) podem estar em risco»; O topico era sobre se a comunicação de crise era inconveniente para os politicos. Diz que sim, porque os prejudica; O que os prejudica é a crise, não a comunicação de crise; perante uma crise, que fazer? Como reagir? Era isso que lhe pedia? Com comunicação de crise ou com spinning? Qual delas? Porquê? Com que vantagens e desvantagens.